data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Obras contabilizaram, em mais de uma década, problemas como desapropriações e indenizações
Lentidão e falta de ritmo não são situações que chegam a causar espanto quando se fala em descontinuidade de obras públicas. Em Santa Maria, há um exemplar desses: a chamada Perimetral Dom Ivo Lorscheiter que, em 11 anos, contabilizou uma série de idas e vindas. Uma obra de três trechos que, juntos, somam 3,5 quilômetros. Passada mais de uma década, o saldo não é nada animador: um trecho concluído, outro parcialmente executado e, por fim, o terceiro e último que sequer saiu do papel.
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Concebida em um momento econômico diametralmente oposto ao dos dias atuais, a obra se deu na esteira do badalado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um dos carros-chefes do governo Lula (PT), que prometia resolver gargalos de infraestrutura no país. Em 2007, Santa Maria recebeu mais de R$ 180 milhões.
Aí, em 2008, a cidade via dar início àquela que seria a principal obra viária dentro do perímetro urbano: a perimetral e que previa a ligação da Avenida Walter Jobim até a Rua José Barin e a um futuro anel viário na Vila Brenner. Mas o resultado esperado da maior obra viária da cidade ainda não veio: o de facilitar o acesso entre as zonas Oeste e Norte e, também, ao Centro. Atualmente, a perimetral conta com duas vias, uma de cada lado do Cadena, e com 2 quilômetros de serviços feitos, e ainda resta 1,5 quilômetro pendente.
O que parecia estar perdido, tem, agora, um revés. E positivo. Na semana passada, a Caixa Econômica Federal aprovou o projeto executivo para a retomada das obras. Com isso, a prefeitura fica habilitada a abrir a licitação - o que ocorrerá até o fim deste mês - para concluir o trecho 2 e dar início à fase 3. Tudo em até um ano. A administração Jorge Pozzobom (PSDB) terá R$ 10,6 milhões para dar ponto final a esse capítulo em aberto há mais de 10 anos.
- A retomada e a conclusão (da perimetral) trazem consigo um simbolismo de respeito ao dinheiro público. O que não deixa, de certa forma, de ser uma prestação de contas à sociedade - avalia o prefeito.
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A liberação do recurso, para o chefe da Casa Civil, Guilherme Cortez, evidencia que é possível, dentro da administração pública, haver eficiência e resultado lado a lado:
- Ainda em 2017, fomos atrás de R$ 31 milhões, do então PAC, que estavam "presos". Tínhamos, ali, o risco de perder esse recurso expressivo por uma série de motivos: projetos incompletos, descontinuidade de outros (projetos) etc. Conseguimos, no fim daquele ano, a reprogramação desse montante e, agora, estamos com esse dinheiro à disposição para finalizar essa importante obra.
DAQUI PRA FRENTE
O recurso não exige contrapartida da prefeitura. A verba possibilitará realizar serviços como pavimentação, rede de esgoto e ainda uma ponte. A prefeitura trabalhará, a partir de agora, para colocar o processo licitatório na rua nas próximas semanas. A obra permitirá a ligação da perimetral com as ruas Coronel Valença (Bairro Passo D'Areia) e José Barin (Caturrita). O projeto de engenharia para a conclusão da perimetral foi doado à prefeitura pela Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism).
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LICITAÇÃO LEVARÁ ASFALTO NO ACESSO AO HOSPITAL
Na próxima segunda-feira, a prefeitura colocará na rua um processo licitatório para a conclusão do chamado trecho 2 na Avenida Brasil, que fica no entorno do Hospital Regional. O montante para os serviços é de R$ 2,1 milhões, oriundos do programa Pró-Transporte. O recurso é ainda de 2014 e, até então, não se tinha previsão de retomar os serviços que ainda contempla as ruas do entorno.
A conclusão, uma vez iniciada, é prevista para ocorrer em até 10 meses. Até então, as vias que dão acesso ao Regional, tiveram intervenção - com obras de pavimentação - na Rua Florianópolis em um trecho de quase de 500 metros.
Guilherme Cortez, da Casa Civil, entende que essa obra também mostra uma prioridade da administração em garantir acesso às vias no entorno que são rotas utilizadas por ambulâncias em direção ao Regional:
- Governar nos dias atuais obriga a administração fazer escolhas responsáveis em benefício do coletivo. Nesse sentido, o governo priorizou concluir obras importantes que estavam travadas e que beneficiarão milhares de pessoas. Santa Maria está sendo pensada para o futuro e não para a próxima eleição. Esse é o grande desafio que temos enfrentado - afirma.